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BRASIL, 46% ACEITAM PENA DE MORTE E 51%, PRISÃO PERPÉTUA
Pesquisa CNI/Ibope
mostra que 80% dos entrevistados mudaram hábitos por causa da violência no
último ano
19 de outubro de 2011 |
23h 24
Lisandra Paraguassu - O
Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Nos últimos
12 meses, quatro em cada cinco brasileiros mudaram de hábitos por causa da
violência. Como resultado direto, também é cada vez maior o número de pessoas a
favor de punições maiores, incluindo pena de morte, prisão perpétua e
diminuição da maioridade penal. Em alguns casos, defende-se até a violência
policial. É o que mostra pesquisa CNI/Ibope sobre segurança, feita em julho,
com 2.002 pessoas em 141 cidades.
Mesmo concordando com o
uso de penas alternativas em casos de delitos leves, 83% dos entrevistados
acredita que penas mais severas reduziriam a criminalidade. A maioria reclama
que a impunidade vem aumentando. Mais da metade (51%) apoia totalmente a prisão
perpétua, inexistente no Brasil. Um porcentual significativo - 31% - defende a
adoção da pena de morte e outros 15% acham que pode ser justificada em alguns
casos.
"Há um paradoxo
nessa situação. As pessoas acreditam nas políticas sociais, mas há uma vontade
de aumentar o rigor. Acredito que tenha a ver com a urgência de uma sociedade
que está sofrendo com a violência", afirmou o gerente executivo da Unidade
de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
O levantamento informa,
ainda, que 80% dos brasileiros mudaram seus hábitos no último ano, por causa da
violência. A maior parte dos entrevistados pela CNI prefere não andar com
dinheiro, preocupa-se mais ao chegar ou sair de casa e do trabalho, evita sair
à noite e até mesmo deixou de circular por determinadas ruas ou bairros como
medida de segurança. O mesmo número de pessoas diz ter assistido, nos últimos
12 meses, algum ato de violência ou algum crime; 30% foi ou teve um parente
próximo vítima de um crime.
De acordo com Renato da
Fonseca, a pesquisa retrata uma sociedade que está sofrendo com a violência,
mas não é violenta em si. "Fica muito claro que as pessoas não estão
podendo circular livremente pela cidade. Claramente a violência traz impactos à
vida e aos hábitos das pessoas."
Apesar dessa visão, a
pesquisa mostra que um quarto dos entrevistados, mesmo sem ter confiança na
polícia, acredita que a violência oficial pode ser justificada pela violência
dos criminosos. Outros 25% concordam em parte com essa afirmação.
Outra contradição
envolve a proibição da venda de armas, derrotada no plebiscito de 2005: 54% dos
entrevistados hoje se declararam contrários ao porte de arma pela população.
Maioridade. O constante
envolvimento de menores em crimes tem um reflexo claro na pesquisa. Essa é uma
das questões em que há maior unanimidade nas respostas: 75% dos entrevistados
defendem a redução da maioridade para 16 anos e o mesmo número acredita que
adolescentes que cometem crimes violentos deveriam ser punidos como adultos.
OPINIÃO
- 60% concordam com
penas alternativas para crimes menos graves
- 57% acreditam que não
haverá redução da criminalidade com a legalização da maconha
- 65% dos entrevistados
concordam com a proibição de venda de bebidas alcoólicas após a meia-noite para
reduzir índices de violência
- 53% são favoráveis à
privatização dos presídios.
Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,no-brasil-46-aceitam-pena-de-morte-e-51-prisao-perpetua,787757,0.htm
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